sexta-feira, 6 de maio de 2011

Atravessando a ponte dos Sonhos by Estel@

                 Atravessando a ponte dos Sonhos
                                      Estel@
 
  Atravessando a ponte dos sonhos, indo de encontro à busca do ser, encontro pelo caminho a simplicidade, que me diz: como na música, quanto menor a cidade, maior a simpatia  e portanto muita solidariedade.
Penso em tudo que a simplicidade me diz, entro numa pequena e bucólica cidade, com seus habitantes a me darem bom dia, sorrisos nos lábios, com  uma certa curiosidade de saber quem sou, de onde venho.
Sento-me num banco de jardim à sombra de um velho carvalho, e fico a observar  o andar de seus moradores, com  passos lentos, leves, sem pressa para viver plenamente a vida, pensando no seu dia a dia  com o coração.
 Noto também, as crianças sem preocupações, brincando e ecoando no ar seus risos de uma infância plena e feliz.
Me pareceu muito atraente a poesia de uma vida simples, sem atropelos, sem tantas ofertas das grandes cidades, sem seus engarrafamentos, ruídos, poluições ...
A simplicidade me fez ver que, o dia dia pode ser bem vivido buscando seus ideais, de ver o por do sol, respirar o ar puro das manhãs, chuva fina a molhar o solo, e sentir o cheiro de mata molhada, enfim a simplicidade me mostrou que se  deve buscar o essência do bem viver.
Mas, como ainda estava numa procura, voltei para a ponte e andei, andei, até que ouvi burburinhos, algazarras e cantorias. Peguei o atalho e fui ver.
Qual minha surpresa ao observar num gramado com árvores frondosas, mulheres, homens, velhos e crianças, num grande e simpático pic nic à sombra das árvores.
Toalhas de um xadrez multicolorido, doces, salgados, sucos, muita música e todos dançando. O que eu tinha encontrado?
Fui chegando devagarzinho, e perguntei a um velhinho simpático que dedilhava seus dedos num tronco acompanhando a melodia: onde estou? Me parece ser um lugar muito alegre.
Ele com muita simpatia me respondeu: aqui vive a alegria, estamos comemorando a construção do telhado do nosso celeiro.
A alegria anda junto com a cooperação, a ajuda e a solidariedade, por isso que hoje cantamos e dançamos porque, a cada trabalho terminado, sempre temos a  alegria por perto, a nos lembrar que é fácil e simples ser alegre.
Senti muita leveza, a alegria invadiu meu coração, mas tinha que seguir, queria ver o que tinha no final da ponte.
Peguei o mesmo atalho e continuei o meu caminhar. Foi quando senti um certo arrepio, o sol se escondeu e  nuvens negras pairaram sobre mim.
Queria passar rápido por este caminho, mas a curiosidade foi maior, fiquei de longe olhando um lugar sem árvores, sem sol, sem vida, casas caídas e mal cuidadas. Senti que ali moravam o egoismo, a intolerância, o autoritarismo, onde todos brigavam por seus próprios interesses.
Queria sair dali pois pensei, seria este o final desta ponte de sonhos? Não vou caminhar mais, e assim o fiz. Parecia que não ia encontrar mais nada, mas não desisti.
E, quando o cansaço já me abatia encontrei um clarão, tal qual uma luz no fundo do túnel, aquela que todos procuram. Percorri aquele pedaço de ponte, com o coração palpitando de emoção e surpresa.
Cheguei a um cenário, onde tudo podia acontecer, placas indicando onde achar o amor, a dedicação, a caridade, a saúde, o bem estar, a família, a fé, a amizade, e me perguntei sentindo um perfume de flores no ar, onde estou? Essa sensação de leveza, teria encontrado o ser. Voltei meus pensamentos para o inicio de minha travessia, de minha procura e, como um estalo disse: encontrei a cidade da esperança, cheguei no final da ponte, e poderia escolher onde queria viver.
Optei pela cidade da simplicidade, porque conheci o caminho das outras cidades, e poderia voltar a elas quando quisesse ou necessitasse. Claro que passaria pela cidade das sombras, mas fecharia bem os olhos, e  regarregaria minhas energias na cidade da esperança, onde a paz é uma constante.
 

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